2023 - Holly




A Holly é uma personagem que aparece na trilogia do detective Bill Hodges ("Sr. Mercedes", "Perdido e Achado" e "Fim de Turno", aparecendo também no conto "Se tem Sangue", na antologia com o mesmo nome. Aparece também no romance "O Intruso". A Holly é inicialmente uma ajudante do Bill Hodges na trilogia, que a protege e a ajuda a ganhar autoconfiança e a desenvolver as suas grandes capacidades de dedução. Nesta obra com o próprio nome, Holly tem o papel principal na investigação de uma série de desaparecimentos de jovens. É um romance que se desenrola com alguma calma, mas onde o suspense vai aumentando sempre. É também uma obra onde o sobrenatural não está presente, mas que, mesmo assim, tem monstros.

 2022 - Fairytale


Um conto "à antiga", que me cativou imenso e me fez lembrar um pouco "O Talismã". A história versa sobre a amizade entre um jovem e um velho que tem uma cadela pastora-alemã e um segredo que permite viajar para um outro mundo onde a magia é real. O nosso protagonista, entre a relação com o pai e a amizade pelo novo amigo e sobretudo pela cadela "Radar", viverá muitas aventuras num mundo estranho e com personagens ainda mais estranhas. Para quem gosta do género da Fantasia e do Fantástico, este é um livro que penso que vale mesmo a pena ler - e ter.

2021 - Billy Summers



Meus caros, tendo terminado a leitura do "Billy Summers", obra que aguardei com grande ansiedade durante muitos meses, resolvi escrever aqui umas breves notas sobre a mesma.
Posso adiantar-vos que foi dos livros do Stephen King que mais gostei de ler nos últimos tempos e que estou de certeza a ficar velho, pois foi difícil para mim suportar o crescendo do "suspense" até ao final! Obviamente que o que vou partilhar convosco são impressões subjetivas, e mesmo tentando não dar "spoilers", vou mencionar alguns do que para mim foram os tópicos principais. Portanto, se ainda não leram e não querem saber absolutamente nada sobre a história, sugiro que não leiam a partir daqui.
Billy Summers é um atirador especial com larga experiência no teatro de guerra. É também um homem que teve uma infância muito traumática e que enquanto adulto, e embora tenha enveredado por uma carreira de assassino a soldo, se rege por princípios éticos que fazem com que só aceite "trabalhos" onde o alvo sejam pessoas manifesta e comprovadamente perversas para os seus semelhantes. Ao longo do percurso, temos a sorte de podermos ter várias histórias dentro da principal. Por um lado acompanhamos a preparação de Billly para mais um "trabalho", por outro vamos tendo pela sua mão também a história dos momentos mais marcantes das suas experiências na guerra enquanto "sniper". Acompanhamos ainda a amizade dele com uma moça jovem, que durante algum tempo me fez lembrar um pouco do filme "Léon", realizado pelo Luc Besson.
Temos também a oportunidade de assistir ao "atar" das pontas por parte de Billy em relação a algumas das coisas importantes para ele no presente.
Durante algum tempo, pensei que este seria um livro onde o sobrenatural não estaria presente. Penso já desde há uns anos que o o Stephen coitado já se deve sentir pressionado para incluir sempre o sobrenatural nas suas histórias, pois deve achar que é o que é aquilo que os seus "Constant Readers" estão à espera...
Na verdade na minha opinião ele é um óptimo contador de histórias, que proporciona um fantástico desenvolvimento das suas personagens e nos faz sentir verdadeira empatia por elas! O elemento sobrenatural para mim com o tempo passou a ser apenas mais um elemento, geralmente enriquecedor porque adoro o género, mas eu gostaria na mesma das obras do King mesmo que o elemento sobrenatural não estivesse presente.
No entanto, nesta obra o sobrenatural além de estar presente, está tão elegantemente inserido, que da primeira vez que aparece tive que voltar atrás algumas páginas para confirmar o que estava a ser descrito! Mais tarde, volta a confirmar-se o mesmo elemento sobrenatural, são 4 ou 5 linhas numa obra de cerca de 494 páginas, mas é um elemento com uma grande carga emotiva para os seus "Constant Readers". E mais uma vez brilhantemente na minha opinião, Stephen King faz um "crossover" com uma das suas mais fantásticas obras, uma onde uma das personagens principais é o Hotel Overlook!... Simplesmente, adorei!
"Apanharão" melhor a primeira inclusão do elemento sobrenatural se tiverem tido a oportunidade de ver a mini-série do Mick Garris também intitulada "The Shining", de 1997, posterior portanto à de Stanley Kubrick de 1980. Ou se tiverem lido já o livro "Shining", claro!
Com referi no início, esta foi uma das obras do Stephen King que mais gosto tive em ler nos últimos anos. O maior elogio que posso escrever é que fiquei com saudades do Billy e da Alice quando terminei o livro, pois queria continuar a ler sobre eles! E este acho que é um dos maiores elogios que um leitor pode fazer a uma obra e a um escritor.

 2021 - Later


Que direi sobre esta obra, que li em dois dias? Na minha opinião é talvez das mais "leves" até agora escritas por Stephen King em termos de texto. Na verdade, a história é supostamente escrita na primeira pessoa pela personagem principal, que é uma criança/adolescente, donde é perfeitamente compreensível a linguagem não muito sofisticada. O conto é interessante, embora não possa ter deixado de notar, sobretudo no início, o paralelismo com o filme "The Sixth Sense", de M. Night Shyamalan, que penso terá servido de inspiração sobretudo sobre o mote. Basicamente a personagem principal é um rapaz que é capaz de ver e falar com pessoas recém-falecidas e tudo gira em função desse facto, e da relação com a mãe e com a companheira desta, que acaba por ter um papel mais preponderante no desenvolvimento do que se poderia julgar no início.
Senti muita falta do habitual desenvolvimento das personagens, tão característico do autor. Todo o texto é como referi muito "leve" e tudo gira em torno basicamente de 3 personagens e de vários episódios que acabam por relatar as relações entre elas e nos apresentar assim a nossa história. Quanto a esta, também a achei um pouco como se fosse um conto um bocado estendido e transformado em livro. Aliás os capítulos por vezes acupam apenas 2 ou 3 páginas. Com outra formatação, este poderia ser um daqueles contos grandes, mas que se inseriria facilmente numa antologia com mais dois ou 3 contos.
Gostei de ler, mas não acho de todo que seja das melhores obra do autor. Lê-se bem, lê-se depressa, mas achei-a um pouco "juvenil". Não que isso tenha nada de mal. Mas como referi, é para mim mais um conto do que um romance. 

2018 - Elevation



Um conto com um pequeno toque de surrealidade, como é próprio do autor, mas também uma história que achei bastante comovente e sobretudo com um forte registo anti-homofóbico, o que é de louvar. Embora tenha sido publicado em livro, com as suas 117 páginas pessoalmente encaro o texto mais como um conto, que na minha opinião poderia ter sido incluído numa colectãnea com outros contos, a exemplo aliás do que já foi feito anteriormente.

2018 - The Outsider

Stephen King oferece-nos mais uma belíssima obra, na minha opinião. Como é característico deste autor, o desenvolvimento das personagens e do contexto é extremamente bem conseguido e envolvente. Temos neste livro uma história do género policial, com um elemento de sobrenatural/ficção-científica que vai tendo um crescendo ao longo do enredo. Há um pormenor que achei muito interessante e que Stephen King também já fez noutras ocasiões, que é o cruzamento com alguns elementos de obras anteriores. Adorei o facto dele aqui nos trazer novamente a "Holly", da trilogia do Ben Hodges (Mr. Mercedes-Perdido e Achado-Fim de Turno). Se gostaram destes livros, penso que vão gostar também muito deste "Intruso".

 2017 - Gwendy's Button Box



Um livro escrito em parceria com o Richard Chizmar, que achei bastante "juvenil" e algo leve, o que contrasta fortemente com um episódio macabro que depois se passa. Acompanhamos no entanto na maioria do livro o dia-a-dia de uma adolescente com vários problemas, que recebe um presente, uma caixa, de um homem misterioso e que lhe permite de uma maneira mágica ultrapassar uma série de problemas e resolver questões importantes para ela. 

2017 - Sleeping Beauties


2016 - End of Watch



2015 - Finders Keepers



2014 - Revival


Mais um livro "forte" do Stephen King, que apreciei imenso! Este é mesmo uma história de horror. Na minha opinião, daria um excelente argumento para um filme, e não me admirava se fizessem mais uma adaptação cinematográfica desta obra. é um daqueles livros onde, como é hábito no autor, a "viagem" é um prazer enorme. A capacidade de desenvolvimento das personagens e o interesse e empatia que nos faz sentir por elas é uma característica recorrente da escrita de Stephen King, e esta obra é mais uma em que essa experiência é nítida. 
Em termos gerais, acompanhamos a história de vida de Jamie Morton, com 6 anos de idade no início da obra. Ele desenvolve um amor quase paternal por um Reverendo que vai exercer para a pequena cidade onde Jamie vive com a família, e acompanha as experiências que este costuma fazer com electricidade, para fins recreativos. Mas o Reverendo sobre uma grande infelicidade em termos pessoais, e abandona a Fé. Jamie também passa por diversas vicissitudes, mas encontrará o Referendo várias vezes ao longo da vida. 
O romance em si, é uma longa espiral descendente na direcção de um horror de características a meu ver mais clássicas do que é usual encontrar em Stephen King. Fez-me lembrar nalgumas alturas Poe. E fez-me recordar também um filme intitulado "Cigarette Burns", de John Carpenter. Não que o que se passa tenha algo a ver com as referências que menciono, mas sim por algumas sensações que este livro transmite.
O livro tem uma referência ao parque "Joyland", pormenor que achei delicioso. Quem conhece a obra de Stephen King, sabe que há referências cruzadas entre os vários livros, como se de certo modo  todos fizessem parte de uma história maior, que vamos descobrindo enquanto mergulhamos mais fundo na obra.
Pela minha parte, é mais uma grande obra de Stephen King, que de certo modo se reinventa e mantém a originalidade e a riqueza na construção e desenvolvimento das personagens e da história. Altamente recomendado.

2014 - Mr. Mercedes



2013 - Doctor Sleep


Este livro é a continuação da obra intitulada "Shining" (1977), que inspirou Stanley Kubrick a realizar o famoso filme com o mesmo nome. Stephen King no posfácio desta obra, refere que de vez em quando voltava a pensar em Danny, e no que lhe teria sucedido. E é assim que podemos voltar a encontrar Danny Torrance, trinta e seis anos após os terríveis eventos sucedidos no Hotel Overlook, quando ele era criança.
Encontramos Danny a debater-se no início da história com o mesmo problema de alcoolismo que atormentava o pai. O álcool amortece o seu dom, permitindo-lhe descansar o espírito, pois as recordações do Hotel Overlook continuaram sempre presentes, como se, de um certo modo, uma parte de Danny nunca tivesse chegado a sair do Hotel. 
Em termos gerais, a história desenvolve-se em três arcos distintos que progressivamente vão confluindo. Inicialmente, temos Danny lutando contra o alcoolismo e sempre em movimento. Recordamos com ele memórias passadas com o pai, Jack Torrance, com a mãe Wendy, com o amigo Dick Hallorann, bem como assistimos a vários episódios com outras pessoas com quem se vai cruzando, até arranjar um trabalho fixo numa pequena localidade onde acaba por se sentir bem e se instalar. Danny fica a trabalhar num asilo para idosos, onde com o seu dom e juntamente com o gato Azrael, os ajuda quando chega a hora deles "seguirem em frente". 
Podemos também acompanhar a história e o crescimento de Abra, uma menina com os mesmos dotes de Danny, só que muito mais fortes. E ao mesmo tempo, é-nos apresentada uma comunidade de uma espécie de"vampiros" comandada por Rose, que assassina e se alimenta do dom de crianças com capacidades paranormais. 
Estas três histórias cruzam-se no decorrer da obra, oferecendo-nos na minha opinião uma das obras mais fortes e ao mesmo tempo mais encantadoras de Stephen King.

2013 - Joyland


Uma obra admirável do Stephen King, escrita em 2013. Com apenas 253 páginas, algo pequena em tamanho para aquilo a que geralmente o autor nos apresenta, com pelo menos o dobro em muitas delas, este Bem-Vindos a Joyland, na edição nacional, lê-se facilmente e com um gosto extraordinário. Faz lembrar um dos melhores contos das suas antologias, apenas bastante maior neste caso.
Stephen estrutura neste livro todos os pilares que na minha opinião sustentam de maneira exemplar a sua escrita: o desenvolvimento da personagens e as inter-relações entre elas. O lado sobrenatural é aqui quase vestigial, quase funcionando como um MacGuffin, se quisermos fazer uma analogia com a linguagem cinematográfica. O que, a meu ver, é algo muito inteligente da parte dele, pois penso que o conceito de "horror" é muito subjectivo e o que pode assustar algumas pessoas visceralmente, para outras pode ser quase patético. Temos assim um romance que para mim constituiu uma muito agradável surpresa, tal como outro que só li recentemente, apesar de ter sido escrito em 1999: A Rapariga que Adorava Tom Gordon. Para mim Stephen King resulta melhor na simplicidade. É talvez por isso que aprecio especialmente as suas antologias e as pequenas obras.

2012 - 22/11/63


Uma história sobre viagens no tempo, um dos meus temas preferidos na ficção-científica aqui numa obra monumental que me deu um enorme prazer a ler. Jake Epping é professor numa pequena localidade do Maine, quando um amigo lhe confidencia ter um portal que permite regressar até 1958. Juntos planeiam tentar evitar o assassínio do Presidente Kennedy, ocorrido em 22 de Novembro de 1963, data que dá o título ao livro. 
Este foi um dos livros de que mais gostei da obra de Stephen King, que constrói uma aventura fantástica, entre relações humanas, viagens no tempo, e perdas e esperanças várias ao longo tanto do passado como do presente. 
A personagem principal do livro, Jake Epping, mostra-nos que mesmo que sejamos livres de voltar ao passado e regressar ao presente as vezes que quisermos, há sempre um preço a pagar pelas decisões que tomamos em qualquer dos tempos da nossa vida. 

2008 - Duma Key


Na minha opinião, esta é uma das obras mais fortes de Stephen King. A personagem principal, Edgar Freemantle, fica sem um braço no decorrer de um acidente, resolvendo refugiar-se na costa da Florida e dedicar-se ao seu passatempo favorito: a pintura. Cedo descobre que os seus dons artísticos se encontram exponencialmente aumentados, e com uma relação directa entre a realidade e o Passado.

2006 - Lisey's Story



2006 - Cell

2005 - The Colorado Kid


Existe edição nacional, publicada pelo Circulo de Leitores. É um livro pequeno, de 139 páginas e bastante difícil de encontrar no mercado nacional de usados. O autor apresenta-nos uma obra distinta do género de fantástico e horror com que habitualmente nos presenteia, compondo aqui um romance de mistério/policial que podia perfeitamente ser um conto englobado numa qualquer das suas antologias, ao invés de ter merecido publicação própria. No entanto, o seu carácter distinto talvez seja o motivo pelo qual mereceu uma edição dedicada. Mesmo assim, tem menos cerca de 100 páginas do que "A Rapariga que Adorava Tom Gordon". Penso que mais pequeno só mesmo o fantástico "Cycle of the Werewolf", com as suas 128 páginas e texto de fonte grande, intercalado com desenhos.
Na obra "O Homem do Colorado", podemos acompanhar Stephanie McCann, uma estagiária do jornal "The Weekly Islander", e a relação de amizade que vai desenvolvendo com os colegas Dave Bowie e Vince Teague, séniores desse mesmo jornal. A história consiste numa série de conversas onde se abordam vários aspectos da vida e acontecimentos passados no jornal e na ilha de Moose-Lookit, em Cincinnati, Ohio, onde se passa a acção. As conversas culminam num caso famoso local, conhecido como "The Colorado Kid", relativo a um homem originário do estado do Colorado, que encontrou a morte na ilha em circunstâncias deveras misteriosas.
É uma obra que considero bastante atípica e que como referi poderia ter sido apenas um conto. Steven King claramente pretendeu abordar um tema diferente do habitual, e em moldes também diferentes em termos de composição literária. Sinceramente, não foi um livro que me agradasse muito. Há uma boa razão para isso, eu regra geral não aprecio o género policial na literatura. Sempre fui mais apologista da ficção-científica, horror e fantástico.

2002 - Buick 8


Uma obra de cerca de 340 páginas, relativamente pequena em tamanho para o que Stephen King geralmente nos oferece. É  um livro de leitura calma, que acompanha o dia-a-dia de uma esquadra situada numa localidade rural, onde aparece um dia um Buick muito diferente de qualquer outro e com características sombrias, que resolvem manter sob a sua alçada para proteger a comunidade. Com o tempo, o carro tornar-se-á não só uma obsessão para a maioria dos elementos da esquadra, como provocará vários danos de consequências irreparáveis.
A leitura pauta-se sobretudo por uma narrativa composta por vários episódios, muitos deles em flashback. Stephen King não escreve livros "maus", mas este não será um dos meus preferidos, pois como sempre o desenvolvimento das personagens e a envolvência que a obra proporciona são fantásticas, mas o desenvolvimento do tema central, em termos práticos, não me conseguiu entusiasmar.