1983 - Pet Sematary



O Pet Sematary é um dos livros mais conhecidos do Stephen King, tendo inclusive sido adaptado para Cinema em 1989, numa obra com realização de Mary Lambert, e tendo tido posteriormente uma outra versão em 1992, pela mesma realizadora. 
Este livro é quanto a mim um exemplo paradigmático de algumas das obras do Stephen King, que desenvolve geralmente sempre um trabalho muito bom relativamente à construção das personagens e à sua inserção em determinados contextos. A apresentação da família, Louis, Rachel, Ellie e Gage, e do gato Winston Churchill está muito boa, tal como o desenvolvimento da relação de amizade entre Louis e Jud Crandall. Podemos acompanhar de modo muito agradável a instalação e progressiva adaptação da família Creed em Ludlow e o início da actividade profissional como médico de Louis. A introdução do cemitério de animais está também apresentada de modo muito interessante. 
Mas a partir de certo ponto, sensivelmente na última quarta parte da obra, senti que a conclusão foi algo apressada, levando sobretudo em consideração o trabalho investido pelo autor no desenvolvimento da construção das personagens e da história. É curioso notar também que, por paradoxal que seja numa obra considerada de Terror, a parte que para mim está mais fraca é mesmo essa. Penso que este livro merecia outro final, não tão apressado e sobretudo não tão classicamente dramático e na minha opinião com pormenores pouco lógicos. Eu teria apreciado por exemplo um final em aberto, e um final da obra tão desenvolvido e bem construído como o resto do livro. De qualquer modo, este livro é um clássico do género em termos literários e é daquelas obras que é um ícone na carreira de Stephen King. É, nem que seja por isso, de leitura obrigatória. E é um livro muito agradável de ler.

Edição nacional de capa dura pelo Círculo de Leitores em 1989:


Edição da Bertrand em 2019, com contracapa a aproveitar a publicidade a mais uma adaptação cinematográfica da obra nos Cinemas:



1 comentário:

  1. Esta é daquelas obras que nos provoca um "frisson". Bom para ler numa noite de tempestade. Sozinho em casa. De costas para a porta. Aberta. Brrrr!!! Só não gostei foi do uso que ele fez dos gatos. Como ailurófilo ferrenho que sou, caraças, que culpa tem os bichinhos das pancas do SK?! Idem para o seu conto "The Cat from Hell"(incluído na antologia Just After Sunset, inédita em Portugal). Vamos lá a ver se não tenho de "entrar em greve" em relação aos livros dele...

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