1986 - IT



Este foi um dos livros mais fantásticos que li até agora do Stephen King. É uma obra maior, onde o autor ao longo de 1367 páginas (nesta edição da Hodder) demonstra exemplarmente porque razão é uma referência absoluta em termos literários, com praticamente 400 milhões de livros vendidos em cerca  de 40 países, dezenas de filmes baseados em obras suas, e um fenómeno de culto incontornável dentro do género Fantástico/Terror. 
Ao longo do livro, acompanhamos a vida e a amizade entre Bill "Gago", Ritchie, Stan Uris, Beverly Marsh, Ben Hanscom, Mike Hanlon e Eddie Kaspbrak. A cidade onde tudo se passa, é Derry, que Stephen King já referiu ser uma versão imaginária de Bangor (onde vive), situada no Maine, USA.
Derry é uma cidade estranha, onde acontecem coisas estranhas. O grupo de jovens mencionado  torna-se amigo, depois do irmão mais novo de um deles ter sido morto em circunstâncias muito peculiares e de começarem a perceber que por detrás da aparente normalidade de Derry, se oculta um Mal antigo, que renasce a cada 27 anos, e que costuma apresentar sob várias formas, sendo a mais usual a de um palhaço chamado Pennywise. Juntos, decidem enfrentar o Mal e quebrar definitivamente o ciclo de terror, tendo havido um primeiro confronto onde as coisas não ficaram definitivamente resolvidas. Mas o Grupo tinha feito a promessa de voltar a Derry, caso Pennywise voltasse, e 27 anos depois assistimos ao reencontro de todos já adultos, à batalha final por Derry e sobretudo pela sanidade mental de todos e pela esperança de poderem vir a ter ainda uma vida normal.
Stephen King mostra-nos Derry de tal modo que é como se passássemos também a ser moradores/visitantes da cidade. O enredo que aproxima as crianças em termos de amizade e vivências, é um pouco como uma janela para o passado da infãncia de quase todos nós, no tempo da pureza das primeiras amizades que pensávamos iriam durar a vida inteira. Ou pelo menos, o Verão inteiro, o que na altura era quase a mesma coisa.
Durante a leitura, por vezes acompanhamos as aventuras do Grupo em 1958 e em 1985 paralelamente, o que é muito interessante e ajuda a consolidar os elos entre o Passado e o Presente, além de enriquecer imenso a leitura em termos de entusiasmo e interesse. 
É um livro que ao terminar, me fez sentir umas saudades enormes do Grupo, de cada um deles. Tal como da minha infância, e das minhas primeiras amizades. Acho que dizer isto, é dos maiores elogios que se podem fazer a um livro.

1 comentário:

  1. Atualmente a acabar de ler o mais "gordo" volume do King. Gostei do uso do flash back/ flash forward, dá bastante varidade à ação sem a cortar desnecessariamente. Se bem que continue a achar que o Rei é um pedaço palavroso em demasia aqui e ali, o contexto continua a agarrar o leitor (pelo menos, a mim agarrou-me).

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